Autora: Suzanne Collins
Gênero: Ficção Científica
Páginas: 400
Editora: Rocco
SINOPSE: Após o fim da América do Norte, uma nova nação chamada Panem surge. Formada por doze distritos, é comandada com mão de ferro pela Capital. Uma das formas com que demonstram seu poder sobre o resto do carente país é com Jogos Vorazes, uma competição anual transmitida ao vivo pela televisão, em que um garoto e uma garota de doze a dezoito anos de cada distrito são selecionados e obrigados a lutar até a morte! Para evitar que sua irmã seja a mais nova vítima do programa, Katniss se oferece para participar em seu lugar. Vinda do empobrecido distrito 12, ela sabe como sobreviver em um ambiente hostil. Peeta, um garoto que ajudou sua família no passado, também foi selecionado. Caso vença, terá fama e fortuna. Se perder, morre. Mas para ganhar a competição, será preciso muito mais do que habilidade. Até onde Katniss estará disposta a ir para ser vitoriosa nos Jogos Vorazes?
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RESENHA
Esqueça
a América do Norte: o que existe agora é um lugar pós-apocalíptico chamado
Panem, subdivido em 12 distritos comandados por um centro bruto e capitalista,
a Capital. Como forma de punição após uma tentativa falha dos distritos de se
rebelarem contra sua tirania, a Capital promove todo ano o chamado Jogos
Vorazes, onde um casal, com idade entre doze e dezoito anos, é selecionado em
cada um dos distritos e forçado a lutar até a morte numa arena contra os outros
22 tributos (como são chamados os infelizes que acabam sendo sorteados). O
sobrevivente desse combate cruel leva para casa a glória de ser vitorioso e
umas regalias a mais para o seu distrito (além de ficar vivo no final, que é a
melhor parte, vamos combinar). O detalhe que faz esse evento ser ainda mais
mórbido é que ele é televisionado para os dozes distritos, numa espécie de
reality show macabro.
Muito
bem. Katniss é uma jovem moradora do distrito 12, o mais pobrinho e miserável
dos doze, e acaba se voluntariando para os Jogos Vorazes para poupar a irmã
caçula. Agora, junto de seu parceiro de distrito Peeta, ela precisa sobreviver
às terríveis provações que a aguardam na arena(ficou bem narração de Sessão da
Tarde, hein). É ação, aventura, suspense e um pouco do bom e velho triângulo
amoroso (até porque tributos também são filhos de Deus, né).
Mas vamos à resenha: eu achei a ideia muito interessante e bem executada. Os
personagens são carismáticos, e a história não se prende com besteiras. A
protagonista é pro-ativa e determinada. Ela pode parecer meio bipolar às vezes,
mas eu consegui entender os motivos dela para agir do jeito que age. No
entanto, meu personagem favorito mesmo é o Peeta. Ele é daqueles rapazes boa
índole, sabe, mas sem cair na chatice do personagem certinho demais. Fiquei com
pena dele no desfecho desse volume, espero que no ultimo da triologia ele ganhe
o final feliz que merece(e de preferência, que seja da Katniss, já que
sinceramente não vi muita graça naquele Gale).
A
autora Suzanne Collins foi competente também na contextualização, construindo
detalhes interessantes e conseguindo passar bem toda a atmosfera distópica de
Panem. Eu gostei da crítica feita aos reality shows, a sociedade atual,
alienada por esses tipos de programa, e aos governos que ainda hoje levam tudo
na base do "pão e circo". Legal também constatar o poder que uma boa
imagem tem, como visto no golpe de marketing que Peeta e Katniss armam para se
promoverem a favoritos do público.
Quase
metade do livro serve apenas de introdução aos Jogos Vorazes, com a Katniss nos
apresentado ao ambiente distópico no qual vive, depois sendo levada à Capital
junto com Peeta para o "banho de marketing" e para um breve treino
para o que os aguarda na arena. Mas não se engane, não foi nenhuma tentativa de
embromação da autora; tudo isso é necessário para a história. E a narrativa é
tão leve que você lê assim *estala os dedos*
Enfim, o livro inteiro é uma grande armadilha: todo final de capítulo vem com
um gancho traiçoeiro, que te impede de largar o bendito até que você chegue no
final! Li as quatrocentas páginas em menos de um dia! É uma obra que se destaca
tanto como uma aventura carismática e cheia de ritmo quanto uma crítica à
sociedade contemporânea (só não dá pra dizer que é uma paródia dos reality
shows porque as mortes dos tributos são bastante violentas).
O desfecho é ótimo e deixa em aberto que grandes coisas estão pra vir... Mal
posso esperar pra começar o "Em Chamas".
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