23 de agosto de 2014

sábado, agosto 23, 2014


https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivErvH2IRfuFXWNY6eVBLgBtyBgDD_7baHgATiiBF_lBUOJT5VYwCiD-vvhZSFhS17hel5Eksocv9nek0x8Xgy0XyTHsfsx42cA_oTd0nyTByFAmOqEjgI6Vq3LEHnpB6UvhitDh-D7q4/s1600/o-ladrao-de-raios.jpgPercy Jackson e os Olimpianos –  O Ladrão de Raios (Rick Riordan)

Decidi reler esse livro pra aliviar uma angústia excruciante que me subia toda vez que eu passava os olhos pela lombada dele: eu sentia que de certa foram eu havia sido injusto (?) com a opinião formada na primeira leitura. Pois bem, reli em dois dias e não é que acabei curtindo muito mais essa leitura? Talvez eu o tenha lido meio azedo na primeira vez. Mas o fato é que simpatizei tanto com a história que agora quero ler toda a série (e pretendo ficar só nos livros mesmo, já que dos filmes eu tenho medo).



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Orlando (Virginia Woolf)

Fazia algum tempo que eu queria ler Virginia Woolf, e depois de comprar Orlando e Mrs. Dalloway, optei por iniciar meu ingresso no mundo woolfiano com essa “biografia” que se propõe a abordar 350 anos da vida do aristocrata inglês Orlando. Não, amigo, você não leu errado e nem eu digitei um zero a mais: Orlando vive por 350 anos (e isso é só o período que o livro aborda!).

Percorrendo do período elisabetano até os primeiros anos do século XX (que foi quando o romance foi escrito) Orlando escreve poesia, vive muitas paixões, se embrenha no mundo de frivolidades da elite europeia, até que um belo dia acorda como uma mulher. Vira então Lady Orlando. O bacana do livro, além de um estilo muito peculiar de escrita, é justamente a maneira como esses absurdos são tratados, com muita sutileza e bom humor. Inicialmente se propondo a ser somente uma brincadeira, um passatempo, Virginia Woolf escreveu Orlando em homenagem a sua amante Vita Sakcer-Ville.

Com seu/sua Orlando, Virginia desenvolve sobre a futilidade elitista da época, satiriza os pseudo intelectuais e desenvolve as diferenciações entre homens e mulheres, além do quanto dessa diferenciação se deve as imposições sociais (o que dá ao livro um teor brilhantemente feminista). Dado o período em que em que foi lançado, imagino o quão moderno Orlando deve ter sido. E digo mais: com essa primorosa estreia, não pretendo parar por aqui com Virginia Woolf.


http://www.inveritate.com.br/wp-content/uploads/2011/10/cartas-diabo-aprendiz-lewis.jpgCartas de um diabo a seu aprendiz (C.S. Lewis)

Eu não imaginava que esse livro seria como ele é. Se trata de um série de cartas escritas por um demônio, Fitafuso, a seu sobrinho Vermebile, que está começando nesse proeminente negócio de desencaminhar seres humanos. Funciona assim: todo demônio recebe como alvo um ser humano, o qual devem, por influência indireta, desvirtuar e por no mal caminho, para que quando morram... bem, não é necessário dizer mais.

Com um humor e uma simplicidade únicos, Lewis discorre sobre a hipocrisia dos que acreditam estar satisfazendo a Deus quando na verdade satisfazem somente a própria vaidade, tão péssimas que são em esconder sua ganância. Fala do que se trata a verdadeira humildade, de pensar demais no futuro, de enxergar a própria família e os desconhecidos, de se reconhecer depressivo, entre outras coisas.

Não me lembro de já ter lido qualquer coisa sobre Deus que tenha sido escrita com tanta simplicidade e delicadeza assim. Não que eu seja assim tão assíduo leitor de assuntos religiosos, mas tenho certeza de que a maneira besta com a qual eu enxergo a religião não é mais a mesma.

Descobri que falar de Deus, do diabo, de anjos, demônios, do bem e do mal não precisa ser tão engessado. Vale lembrar que o livro foi escrito durante a Segunda Guerra Mundial, por isso muitas referencias a esse episódio estão presentes. Abaixo, um trecho que embora não resuma toda a grandeza do livro é  a pura comprovação da genialidade do Lewis:

“(...) de todos os humanos os ingleses são os mais deploravelmente fogos de palha neste aspecto. Eles são deste tipo miserável de criaturas que proclamam aos gritos a tortura como melhor opção para seus inimigos e oferecem chá e cigarros para o primeiro piloto alemão ferido que seja capturado debaixo de suas portas.”

Sem dúvida é uma obra para releitura.
 

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgw4cvRHb7GlnqaBKYpxeeAsKy7cvRmNTF9egn3yP5urg9VtKUy6XroWEJ92chEe0utowt2df8D_HUQHICGi2MU9nGBzfeyWq4LF8GggwCUTkEkv1ZwHbfkRSVSGUmcvjfZWpqYcAwB7JYz/s1600/a_marca_de_uma_lagrima.jpgMarca de uma lágrima, Pedro Bandeira
Romance água com açúcar, direcionado ao público adolescente. Conta a história de Isabel, uma adolescente insegura e de baixa-estima, que apaixona-se por um primo que não via há muito tempo (Cristiano), que por sua vez encanta-se pela melhor amiga de Isabel, a bela Susana. Como toda desgraça é pouca, Isabel acaba ainda acaba servindo de cupido para os dois.
Lançado em 1985, percebe-se que naquele tempo não havia tanta segmentação de faixas etárias quanto hoje, com tantas vertentes como Juvenil, Jovens adultos, etc., dada a liberdade do autor de desenvolver o psicológico da protagonista sem a preocupação de entediar seus leitores. Não que os monólogos de Isabel sejam enfadonhos, mas, considerando o estilo simplista de hoje em dia, provavelmente espantaria o público jovem contemporâneo adeptos a pouca descrição e muito diálogo. Não digo isso como crítica, já que também sou desses. Por vezes, as divagações de Isabel me irritaram um pouco, pois, embora poéticas, me soaram a mimimi. Gostei do plot do assassinato ocorrido lá pelo meio da história, dando a história um novo ar de “Quem matou?”, muito embora por vezes tenha soado fora do tom proposto no início. 
A Marca de uma lágrima é uma leitura rápida e prazerosa.

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